Cirurgia Profilática

A cirurgia redutora de risco, também conhecida como profilática deve ser realizada apenas em mulheres que têm risco comprovadamente aumentado para o desenvolvimento do câncer de mama.

Preferencialmente deve ser realizada apenas após avaliação com médico Oncogeneticista, o especialista em casos de câncer hereditário. A maioria dos casos de câncer de mama (cerca de 90%) não tem origem hereditária, portanto essa cirurgia não deve ser realizada sem critérios que realmente a justifiquem.

Quando indicada pode alcançar excelentes resultados estéticos com ajuda das técnicas de reconstrução mamária, entretanto não é um procedimento isento de riscos, que devem detalhadamente informados à paciente antes da tomada de decisão.

A cirurgia redutora de risco reduz em média 90% do risco para o desenvolvimento de câncer de mama, entretanto ela não zera esse risco.

Alterações Benignas da Mama

O Cisto Simples mamário é a alteração benigna mais comum da mama. Trata-se de uma lesão com conteúdo líquido, que NÃO aumenta o risco de desenvolver câncer de mama e que NÃO se transforma em câncer com o passar do tempo. Não existe necessidade de realizar punção de todos os cistos que aparecem na mama. Normalmente indicamos punção apenas de cistos maiores que 3cm e quando eles estão causando dor ou deformidade na mama.

O Nódulo Sólido benigno mais comum da mama é o fibroadenoma. De uma maneira geral fibroadenomas não precisam de tratamento, principalmente quando menores que 2cm. O diagnóstico de certeza é dado através da core bióspia do nódulo. Fibroadenomas que crescem devem ser removidos com cirurgia. Não existe tratamento eficaz de nódulo benigno com medicações orais.

Tratamento do câncer de mama

O câncer de mama é fruto do crescimento desordenado das células que formam um tumor maligno na mama. Pode acontecer em mulheres nas mais variadas faixas etárias, sendo mais comum após a menopausa, entretanto nos últimos anos dados epidemiológicos têm demonstrado um aumento no número de casos em mulheres mais jovens, especialmente na faixa etária entre 30 e 39 anos. O câncer de mama pode acontecer também em homens, sendo extremamente raros nesse gênero.

“Quem tem câncer tem pressa” é uma frase muito difundida e faz todo sentido, pois quanto mais precoce o diagnóstico e quanto mais rapidamente o tratamento for realizado maiores são as chances de cura. E é por esse motivo que minha equipe se empenha ao máximo para agilizar tanto o diagnóstico quanto o tratamento.

O tratamento do câncer de mama normalmente envolve várias etapas: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, hormonioterapia, fisioterapia, terapia nutricional, dentre outras, entretanto nem todas as pacientes passarão por todas essas fases, pois as terapias devem ser individualizadas para cada caso.

As cirurgias mais comuns realizadas para o tratamento do câncer de mama são Quadrantectomia e Mastectomia, com abordagem também da região axilar, com biópsia do linfonodo sentinela ou esvaziamento axilar. A reconstrução Mamária também deve fazer parte do tratamento caso esse seja o desejo da paciente.

Reconstrução Mamária

A Reconstrução Mamária, também conhecida como Cirurgia Oncoplástica permite a restauração da mama ou do quadrante retirado na cirurgia para remoção do tumor. Ela pode ser realizada imediatamente após a mastectomia/quadrantectomia ou tardiamente, meses ou anos após tratamento. Sempre que possível a melhor alternativa é a reconstrução imediata.

No passado, a reconstrução imediata era evitada sempre que a paciente tinha indicação de fazer radioterapia, entretanto, atualmente sabemos que, mesmo nesses casos a reconstrução imediata também é a melhor opção.

Não existe prazo máximo de tempo para realização de reconstrução tardia, ela pode ser realizada mesmo muitos anos após o tratamento.

Algumas vezes são necessárias mais de uma cirurgia, ou seja, a cirurgia deve ser realizada em etapas, para se atingir um resultado esteticamente favorável. Estudos mostram que mulheres submetidas à reconstrução mamárias podem ter uma incidência menor de depressão após o tratamento.

A reconstrução mamária imediata permite que a mulher retorne para casa com sua “mama salva” e também pode ser responsável por uma melhor qualidade de vida após o câncer de mama.